segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Quando se faz de conta - um depoimento

Recriar ou imitar...tanto faz...os fundamentos do teatro épico não se emendam na questão...
O drama é muito mais do que a lírica ou a epopéia, é tudo isso e muito mais. É elementar.
Não compete ao passado da narrativa e nem as sensações do eu-lírico, mas sim, às ações que ocorrem num tempo presente.



Lembrei-me esses dias, de um espetáculo que eu participei: "A vida como ela é", de ninguém e mais e ninguém menos do que Nelson Rodrigues. Era bárbaro! Foi um dos trabalhos teatrais que mais tive prazer de participar.
Criar e vivenciar uma pessoa com uma outra realidade do meu "eu", foi como descobrir a graça da vida.
Fazer de conta que se é algo, que se quer algo, que precisa de algo é realmente algo mágico e extraordinário.
O teatro medieval, o qual era todo voltado à religião cristã, não permitia tal proeza. Na época se o ator inventasse um gesto, uma tonalidade de voz que não estivesse dentro dos moldes da montagem, era punido.
Não que o teatro da antiguidade não tivesse um cunho ritualístico, afinal o teatro nasceu de um ritual e dedicado à um Deus que por vezes, desafia o equilibrio do homem, uma vez que exalta as 'perdições', seja por meio do vinho ou pelas orgias.
Enfim, o teatro é uma das melhores invenções humanas. Oh! Deuses!!!

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