Fui a protagonista
da sua apresentação.
Usaste-me artista
com inconsolável devoção.
Sem hesitação
empenhei-me na tua direção.
Perdia-me na comédia
e me entregava à tragédia.
Que ilusão!
Atuei tão bem,
que até acreditei...
Iniciou a empolgação.
Meu palco gelado
foi aquecido
pelo ator despercebido,
tornou-se amado!
O foco exaltava
a perfeição da face.
A luz gritava
diante do impasse.
Não fui atriz,
não atuei!
Porque não quis...
Eu sei,eu sei.
Personificou-se em antagonista
prestes a voar da coxia.
Mas, o figurinista
o observa, vigia.
Na rotunda
nenhum personagem;
a cena inunda
com singela imagem.
Não é real.
O coração insiste...
A verdade pode ser inreal.
Mas só no teatro existe.
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